sábado, 16 de maio de 2015
O MACHO RECALCADO
Fico perplexa com a quantidade de homens jovens já tão bem iniciados no machismo em suas mais "sofisticadas" expressões. Numa rede social o menino escreve: "Fui ao Mc Donald e quem me atendeu foi uma garota que eu era apaixonado na segunda série. #DEUS É JUSTO#, acompanhado de uma foto onde exibe seu lanche "vip" e dois emotions: um coração partido e um soco.
Na concepção machista, um homem é tudo de melhor que uma mulher pode ter na vida, e se por ventura ela o despreza, é uma idiota e há de se arrepender pro resto dos seus dias! Outra questão doída nesse post é a inversão de valores com o objetivo único de humilhar a mulher. O trabalho, que deveria honrá-la, é apropriado pelo macho para humilhá-la. A ferida narcísica permanece aberta depois de mais de 10 anos, já que quando ele foi por ela ignorado, ambos eram crianças, e só Deus e sua justiça para confortá-lo. Tão novinho, já tão recalcado.
Combater o machismo a tempo e fora de tempo, em casa, na rua, no trabalho, na faculdade, educar os filhos, filhas, noras, netos, companheiros. Essa luta é nossa.
"SOFRER NA MÃO DE HOMEM"
Hj li um post de um jovem que dizia mais ou menos o seguinte: "Tem mulher que já sofreu tanto na mão de homem, que quando é bem tratada acha que está sendo enganada". Algumas mulheres se identificaram de imediato. Fiquei pensando: Que tipo de sofrimento elas se referem (agressões físicas, verbais?); pq esses sofrimentos se perpetuaram tanto e repetidas vezes em suas vidas a ponto de traumatizá-las? E pq elas estavam "na mão" desses homens, objetificadas? Achei curioso também, tal constatação vir de um homem tão jovem. Quantas mulheres - provavelmente jovens como ele - já acumulam esse "sofrer na mão de homem"?
Fiquei pensando, cá com meus botões, se já havia "sofrido na mão de homem" e a resposta foi SIM! Contudo, não sofri muito, pq logo que era maltratada, pulava fora, afinal estava no relacionamento para ser feliz e bem tratada. Quem me ensinou sobre isso foi minha mãe, que era uma feminista e nem sabia. Lutou para se livrar do domínio do pai e dos irmãos. Não queria se casar nem ter filhos, mas casou e teve 4. Depois já casada, travou uma luta constante para ter direitos, como por exemplo, usar calça cumprida, tomar anticoncepcional, fazer aborto, ter a religião que quisesse, e não ser ameaçada ou ofendida sem revidar.
Há muito que se falar, se discutir e se fazer. A palavra da hora é EMPODERAMENTO, então, empoderem-se amigas e chega desse papinho de "sofrer na mão de homem".
Assinar:
Comentários (Atom)